domingo, 25 de julho de 2010
Castro de Cola / Cidade de Marrachique
Designação
Castro de Cola / Cidade de Marrachique
Localização
Portugal, Beja, Ourique, Ourique
Acesso
A 12 km a S. de Ourique, 6 km a S. da Aldeia de Palheiros. WGS84: lat.37º34'43,5''N., long.8º18'01.14''O.
Protecção
MN, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910, ZEP, Port. nº 589/97, DR 178, 2ª Série, de 4 Agosto 1997
Enquadramento
Rural, colina. Ocupa a crista de um monte, com 201 m. de cota máxima, junto da Ribeira do Marchicão e próximo do Rio Mira. O cerro, com um desnível de 70 m. em relação ao rio Mira, é protegido por restos de fortificações secundárias, uma cerca a SO., outra mais extensa a NE., o Pedacinho de Parede e ainda por 2 cercas defendendo os meandros do rio Mira, com 1159 e 600 m. de dimensão. Nas proximidades existe a Igreja de Nossa Senhora da Cola (v. PT040212030017) onde anualmente se realiza uma romaria. O circuito arqueológico desenvolve-se numa área de c. de 15Km integrando 23 estações arqueológicas, do Neolítico à Idade Média, do qual se destacam o povoado calcolítico do Cortadouro, os monumentos megalíticos Fernão Vaz I e II e o Tholos da Nora Velha, as necrópoles do Porto de Lages, da Idade do Bronze, e do Pego da Sobreira e de Fernão Vaz, da Idade do Ferro.
Descrição
Panos de muralha esboroados, formando um polígono irregular alongado com 125 m. de comprimento por 60m de largura máxima, com 2,4 m. de espessura média, atingindo nalguns pontos entre 5 e 6 m altura. Cubelos quadrangulares desiguais reforçam a muralha em todo o seu perímetro. Porta rasgada na parede S., defendida por torre de maiores dimensões e parede mais espessa. Uma muralha espessa divide o recinto muralhado em 2 zonas, a menor do lado S.; aí encontra-se uma cisterna cavada na rocha (3,79 x 2,70 x 2,20 m.), de abóbada semicilíndrica e bocal quadrado. Sobre ela restos de um pavimento em formigão. Vestígios de casas de planta quadrangular.
Descrição Complementar
Não definido
Utilização Inicial
Militar: castro / Residencial: castro
Utilização Actual
Marco histórico-cultural
Propriedade
Não definido
Afectação
DRC Alentejo, Portaria nº 829/2009, DR, 2ª. Série, nº 163 de 24 de Agosto de 2009
Época Construção
Pré-História / Idade Média
Arquitecto | Construtor | Autor
Arq. Sofia Salema ( centro de acolhimento e interpretação )
Cronologia
Idade do Bronze, inícios - início da ocupação; reforço das obras de fortificação durante o período de ocupação árabe; Séc. 14 - abandono do povoado segundo Abel Viana; Séc. 15 - 16 - abandono do povoado segundo Rosa Varela Gomes; 1999 - incluido no Programa de Valorização e Divulgação Turística - Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve, do Ministério do Comércio e Turismo e da Secretaria de Estado da Cultura; 1999 - 2000 - obras de adaptação do edifício de arquitectura popular a centro de acolhimento e interpretação, projecto da Arq. Sofia Salema.
Tipologia
Castro com castelo de planta poligonal, paredes espessas reforçadas por cubelos, entrada direita defendida por torre. O dispositivo defensivo completava-se por cercas muralhadas, de que existem ainda vestígios, implantadas nos cerros vizinhos protegendo o castelo e os acidentes geográficos circundantes *1.
Características Particulares
Integra-se no parque arqueológico do Castro da Cola constituído por vários monumentos megalíticos, povoados calcolíticos e necrópoles das Idades do Bronze e do Ferro.
Dados Técnicos
Paredes autoportantes
Materiais
Alvenaria insossa, lajes de xisto. As muralhas são formadas por 2 paredes paralelas, com entulho e pedras a meio. Aparelho espinhado nos muros das habitações.
Bibliografia
PEREIRA, Gabriel, Notas d'Archeologia, Évora, 1879; VASCONCELOS, José Leite de, Excursões pelo Baixo Alentejo - 1897, in O Archeólogo Português, 29, 1933; VIANA, Abel, Notas Históricas, Arqueológicas e Etnográficas do Baixo Alentejo, Arquivo de Beja, vol. XV, 1959, vol. XVI, 1960; GOMES, Rosa Varela, A arqueologia militar muçulmana, in História das Fortificações Portuguesas no Mundo, Lisboa, 1989.
Documentação Gráfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Fotográfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Administrativa
IHRU: DGEMN/DSID
Intervenção Realizada
1960 - realização de escavações e de trabalhos de consolidação por Abel Viana; 1961 - consolidação da muralha voltada a SE.; 1962 - escavação e consolidação do lado N. do Castelo; 1963 - continuação das escavações sob direcção de Abel Viana; IPPAR: 1999 - 2000 - obras de adaptação do edifício de arquitectura popular a centro de acolhimento de interpretação; IPPAR: DRE: 2001- escavações arqueológicas.
Observações
*1 - a fortificação controlava uma das principais vias de passagem para o Algarve; do espólio fazem parte objectos pré e proto-históricos: machados de pedra polida, fragmentos de vasilhas da I. do Ferro, cerâmica campaniense, contas de vidro, conta de ouro, agulha em osso, braceletes em bronze, mós, percutores, esferóides; objectos históricos: cerâmica romano-visigótica, árabe e portuguesa medieval, objectos em metal (fusos, cossoiros, fivelas, chaves, argolas, etc.), objectos em pedra (mós, esferóides de arremesso, percutores), pedras lavradas romanas e visigóticas, lápides árabes, moedas, lucernas.
Autor e Data
Isabel Mendonça 1994
Circuito Arqueológico Castro da Cola
O circuito arqueológico do Castro da Cola surgiu como corolário de extensos trabalhos de investigação que, no entanto, estão ainda longe de possibilitar o conhecimento total da realidade arqueológica do concelho de Ourique.
A ideia da sua criação partiu do desejo de mostrar como a paisagem, na aparência agreste, foi, desde épocas recuadas, profundamente marcada pelo Homem. A selecção dos locais foi ditada, não pela monumentalidade dos sítios, mas de modo a contribuir para a diversidade – morfológica, funcional e cronológica – para o desvendar de uma paisagem organizada em torno de um fio condutor – o rio Mira – que funcionou, desde sempre, como o elemento aglutinante das populações deste território.
Dos cerca de trinta sítios conhecidos na região foi seleccionado um conjunto de quinze que, pelo seu estado de conservação e inserção na paisagem, reuniam as melhores condições para uma apresentação ao público: monumentos megalíticos de Fernão Vaz 1, Fernão Vaz 2 e Nora Velha, povoado calcolítico do Cortadouro, necrópoles da Idade do Bronze de Alcaria 1 e Alcaria 2 e Atalaia, povoados da Idade do Ferro de Porto das Lages e Fernão Vaz, necrópoles e monumentos funerários da Idade do Ferro de Fernão Vaz, Nora Velha 2, Vaga da Cascalheira, Casarão e Pego da Sobreira e povoado fortificado islâmico e medieval cristão da Cola (Castro da Cola).
As acções em curso tendentes a criar as referidas condições de apresentação pública dos Sítios passam pela construção de um Centro Interpretativo e de Acolhimento, junto ao Castro da Cola, sinalização (dos acessos e dos sítios), escavações arqueológicas, acções de conservação e restauro e produção de documentação de apoio ao visitante.
Acolhimento de Visitantes
Centro de Acolhimento e Interpretação, onde se disponibiliza informação sobre o circuito, o seu enquadramento natural e os diferentes sítios arqueológicos seleccionados
Loja
Publicações de apoio aos visitantes, materiais de divulgação.
Estacionamento de ligeiros e autocarros
A partir do Centro de Acolhimento e Interpretação, os visitantes poderão aceder, de automóvel, aos diferentes sítios, apoiando-se nas indicações da sinalética instalada; parte do circuito apenas poderá ser realizado em veículo todo-o-terreno, enquanto que outros troços terão de ser efectuados a pé .
O circuito integra-se num contexto natural de admirável riqueza e interesse paisagísticos, só se tornando possível pela colaboração dos respectivos proprietários; ao efectuar a sua visita tenha esse facto em conta, respeitando-o e contribuindo para a sua limpeza, manutenção e salvaguarda.
Pesquisa
http://aldeia-de-palheiros.blogspot.com/2007/11/castro-da-cola.html
http://www.monumentos.pt/Monumentos/forms/002_B2.aspx?CoHa=2_B1
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