sábado, 27 de novembro de 2010
Capela de S. Pedro de Balsemão - Lamego
Descrição
Planta longitudinal, composta, regular. Volumes articulados com coberturas diferenciadas de telhados de 2 águas e não coincidência do exterior com o interior. Embasamento proeminente conferindo-lhe grande horizontalidade. Capela de 3 naves e capela-mor. Fachada do lado esquerdo com embasamento muito demarcado. Fachada principal delimitada por pilastras, com escadaria de 8 degraus rectangulares com rebordo no remate dos patins que dão acesso à porta, de perfil rectangular e ladeada por fenestração rectangular gradeada, encimada por 3 brasões de armas. Remate em cornija e pequena sineira sobre a porta. 2 registos epigráficos completam o muro da capela. O corpo da capela-mor, em plano mais recuado e de menores dimensões e altura, comporta pequena fenestração igual ao do corpo da capela. Fachada da capela-mor cega, embasamento e cornija. Lateralmente os muros, igualmente cegos, fecham o corpo da capela. Fachada do lado direito: Junto a muro, porta com arquitrave, a que se tem acesso por escadaria de 4 degraus semelhante à do alçado fronteiro, mas de menores dimensões. Pilastras e cornija. O alçado fronteiro ao altar-mor é cego por invasão de muro e construção que se prolonga até ao cunhal da capela. INTERIOR: 2 fiadas de 3 arcos de cada lado, a pleno centro, assentes em colunas cilíndricas atarracadas, com capitéis de decoração fitomórfica. Arco triunfal de arco em ferradura, assente em colunas adossadas ao pano murário divisor da capela com a capela-mor, lembrando iconóstase. Altar-mor de talha. Tectos de madeira, policromada, de caixotões.
Cronologia
Séc. 6 - Balsemão já era paróquia; séc. 13 - nas Inquirições, surge referida como local bem povoado; 1562 - construção de um altar em honra de Santa Maria, cabeça do vínculo da Quinta da Régua, criado pelo bispo D. Afonso; 1981, 14 Setembro - o imóvel é afecto ao IPPAR, por auto de cessão.
Tipologia
Arquitectura religiosa visigótica, maneirista. Planta de gramática basilical. Semelhanças com iconóstase. Decoração com motivos visigóticos: cordões circulares nas impostas, losangos gregos, espinhas, dentes de serra, impostas terminadas por modilhões enrolados. Afinidades decorativas com a Ermida do Paiva, Tarouquela e Sernancelhe.
Bibliografia
VASCONCELLOS, Joaquim de, Arte Românica em Portugal, Porto, 1918; CORREIA, Vergílio, Artistas de Lamego - Subsídios para a História da Arte Portuguesa, Coimbra, 1923; PESSANHA, José, São Pedro de Balsemão e São Pedro de Lourosa, Coimbra, 1927; COSTA, M. Gonçalves da, História do Bispado e Cidade de Lamego, Lamego, 1977; Guia de Portugal, Vol. V - II, Lisboa, 1988
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe na Raposeira
Nossa Senhora de Guadalupe na Raposeira é uma pequena ermida que se ergue num vale aberto, entre duas breves colinas, a pouca distância da Raposeira/Vila do Bispo, a norte da estrada que liga estas duas povoações a Lagos.
O acesso faz-se por um curto troço de estrada secundária, que termina no largo fronteiro à porta principal do templo.
De pequenas proporções exteriores, com aspecto sóbrio, onde o contraste da pedra, de cor característica, - no portal e degraus, no óculo, nos cunhais e contrafortes -, é realçado pela brancura da cal das paredes. Essa mesma pedra encontra-se espalhada nos terrenos circundantes.
O corpo do templo é formado por três tramos, marcados por dois largos arcos diafragma, que morrem a cerca de meia altura da parede e cujos ângulos chegam quase à cobertura de madeira. Têm rebordos, como que nervuras largas e grossas, que assentam sobre os capitéis lisos de uma espécie de mísulas. Estes capitéis alargam-se junto à parede, dando assento, igualmente, à pequeníssima espessura saliente dos arranques dos arcos, os quais, no exterior do templo, são sustentados por grossos contrafortes escalonados, perceptíveis na parede interior, a partir do nível inferior dos capitéis.
Sobre o interior visível do contraforte do primeiro arco, do lado sul, encontra-se uma pia de água benta, circular, que se estreita ligeiramente na parte inferior. Esse estreitamento está sublinhado por uma finíssima aresta saliente, sobre a qual uma linha quebrada, igualmente fina e suave, circunda a pia.
No segundo tramo, ao lado da pia, abre-se uma porta para o exterior. Interiormente apresenta-se de verga abaulada e, exteriormente, de arco quebrado, com o ângulo pouco acentuado e de aresta chanfrada. Sem capitéis, continua-se pelos pés direitos, também chanfrados, interrompendo-se à altura de uma pequena imposta que, a poente contém um elemento decorativo, mais uma vez cordiforme.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Vila Romana da Freiria
Designação
Villa romana de Freiria
Localização
Portugal, Lisboa, Cascais, São Domingos de Rana
Acesso
Encontra-se no vale entre Outeiro e Polima. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,721070; long.: -9,323232
Descrição
É constituída por uma "villa", com a "domus, da qual foram encontrados alguns pavimentos, o ângulo nordeste do perístilo (pátio coberto assente sobre colunas, em redor de um jardim) ainda com uma base de coluna de mármore "in situ" e o capitel caído ao lado, e um trecho do que se supõe ser o "impluvium" (abertura quadrada no meio do átrio na qual era recebida a água das chuvas). Do complexo termal, descobriu-se um tanque. A solidez do amontoado de pedras detectado sugere provável contraforte a sustentar a parede do tanque, tratando-se, possívelmente, de uma "natatio" que serviria simultaneamente o complexo termal, a N., e as várias necessidades da "villa fructuária". Na área agrícola envolvente, descobriram-se estruturas rurais como o celeiro e o lagar. O celeiro, de grandes dimensões e construção extremamente cuidada, tem contrafortes distribuídos pelos corredores dos alicerces. Estruturas a N. e E. indiciam pátio murado que aproveitou para o chão a laje natural. Encontrado também um Quadrante Solar que terá sido expressamente desenhada para o local, um forno de cozer pão eum altar em honra de Triborunis ( divindade indígena )
Época Construção
Séc. 02
Arquitecto | Construtor | Autor
Não definido
Cronologia
Séc. 02 - época provável da sua construção; 1973 - Guilherme Cardoso e Prof. José d'Encarnação iniciam escavações; 1985, 21 Agosto a 4 de Setembro - os mesmos arqueólogos, concluem tratar-se de uma "villa" romana
Tipologia
Arquitectura agrícola, romana. "Villa" ou residência de campo de um senhor de grandes posses, como podemos depreender pelos vestígios da "domus", pela grande área agrícola que a circundava e pelas próprias estruturas rurais, sobretudo do celeiro, tudo indiciando, portanto, uma ampla actividade produtiva. Integra ainda um complexo termal.
Características Particulares
Monumentalidade e beleza do celeiro, de que se conhece apenas mais um na Península Ibérica, na "villa" romana de Monroy, perto de Cárceres
Intervenção Realizada
1985 - Escavações põem a descoberto a domus, celeiro e termas; 1987, 13/31 Julho - escavações arqueológicas financiadas pelo IPPC, com apoio logístico da Câmara Municipal e com o trabalho de desenho do campo patrocinado pela Junta de Turismo; os trabalhos incidiram especialmente na zona da "villa fructuária".
Observações
Vergílio Correia foi o primeiro a referir vestígios romanos na zona, quando encontrou uma sepultura romana junto às pedreiras. A descoberta de inúmeros fragmentos de cerâmica campaniforme da "villa" documentam a ocupação do lugar desde tempos pré-históricos, mas a "villa" propriamente dita foi ocupada desde o séc. 2 ao IV d.C. Do interessante espólio destacamos: parte inferior (intacta) de um moinho; carranca representando um cão de dentes arreganhados; quadrante solar; ara a triborunnis; grande quantidade de agulhas e alfinetes de osso; sovelas de ferro; agulha de bronze e molde de cerâmica com a decoração de um leão. A zona S. da villa apresenta grande potencialidade, visto que as camadas estatigráficas atingem os 2 m. e vários níveis arqueológicos.
Bibliografia
N/A, Outeiro de Polima - Sondagens arqueológicas no Casal de Freiria, Jornal da Costa do Sol, Cascais, 29 Agosto 1985, p. 15; N/A, Ruínas Arqueológicas em Casal Freiria, Boletim da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, 30 Agosto 1985, p. 1 - 2; N/A, Surpreendentes descobertas em Freiria, Jornal da Costa do Sol, 14 Agosto 1986, p. 1 e 6; CARDOSO, Guilherme, Cascais no tempo dos romanos (Exposição), Cascais, 1986; ANTUNES, Cristina, Visita à Villa Romana de Freiria, Jornal da Costa do Sol, Ano XXIV, nº 1059, 18 Agosto 1988, p. 8; CABRAL, João Pedro, Nota sobre o topónimo Freiria in Arquivo de Cascais, nº 7, s.l., 1988, p. 45 - 55; CARDOSO, Guilherme, ENCARNAÇÃO, José d', Villa Romana de Freiria in Informação Arqueológica, nº 9, Lisboa, 1994, p. 60 - 61.
www.monumentos.pt
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Estação Arqueológica de Mesas do Castelinho
A Estação Arqueológica de Mesas do Castelinho situa-se na freguesia de Santa Clara-a-Nova, no lugar de Monte Novo do Castelinho.
Segundo estudos arqueológicos, confirma-se que Monte Novo do Castelinho foi um grande povoado já com características defensivas, com vestígios de povoamento desde a Idade do Ferro, remontando a sua origem ao século IV ou V a.C.
Vestígios de povoamento de vários povos têm sido encontrados nas escavações que continuam a decorrer nesta estação, sendo que os mais abundantes são de origem romana e os mais recentes de origem árabe.
As diversas campanhas arqueológicas realizadas colocaram a descoberto várias fortificações, construídas entre a Idade do Ferro e o período omíada.
O acesso à Estação Arqueológica é feito por estrada de terra batida desde Santa Clara-a-Nova.
Subscrever:
Mensagens (Atom)