segunda-feira, 18 de junho de 2012
Sitio arqueologico do castelo da Lousa - Aldeia da Luz
O chamado Castelo da Lousa, também denominado como Castelo Romano da Lousa, localiza-se na antiga aldeia de Nossa Senhora da Luz, Freguesia da Luz (Mourão), Concelho de Mourão, Distrito de Évora, em Portugal. Erguido no alto de uma escarpa em posição dominante sobre o rio Guadiana, cuja travessia vigiava, na realidade trata-se de uma fortificação romana de pequenas dimensões, de planta retangular, em aparelho de xisto, material abundante na região. Este sítio arqueológico, testemunho da ocupação romana da península Ibérica, foi datado entre o século II e o século I a.C..
Aquando da construção da barragem de Alqueva, uma das acções desenvolvidas foi um levantamento arqueológico-topográfico actualizado dos vestígios da fortificação romana, optando-se por preservá-los para as futuras gerações. Essa tarefa foi empreendida através do envolvimento dos vestígios com sacos de areia, cobertos por sua vez com uma pasta especial de cimento, visando evitar o desgaste provocado pelas águas. O castelo da Lousa jaz actualmente debaixo das aguas da barragem de Alqueva.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Villa Romana de Santa Catarina de Sitimos , Alcácer do Sal
Uma importante Villa romana, com um grande edifício ocupado durante cinco séculos, entre I aC e V ou VI dC.
No ano de 1977 aquando de trabalhos numa estrada publica foi posto a descoberto este importante achado arqueologico embora so em 1986 foram iniciados os trabalhos com vista a serem defenidas as areas que iriam ser intervencionadas. Os trabalhos arqueológicos estiveram parados vários anos e só recomeçaram em 2006.
Nesta Villa, um dos patrimónios arqueológicos mais ricos do concelho de Alcácer do Sal, foi identificado um Natatio(Piscina) assim como a escadaria de acesso ao interior. Possivelmente faria parte de um sistema hidráulico no qual estaria englobada uma estrutura termal assim como um espaço de culto dedicado à deusa Vénus.
As escavações permitiram descobrir também vestígios de um santuário pagão, provavelmente dedicado a Vénus, a deusa romana do amor e da beleza.
No interior da Villa, segundo António Carvalho, “foram detectadas meia dúzia de bases feitas em cimento romano, que tinham a marca de conterem uns recipientes para queimar as oferendas”, o que levou à conclusão de que se trataria de um santuário pagão.
No local dedicado aos rituais foram observadas bases feitas em cimento romano para queimar as oferendas, ossos de pomba, conchas e uma lucerna, peça cerâmica que servia para iluminação. Este tipo de achado é considerado raro e será mesmo o único, até hoje, em ambiente rural existente no Litoral Alentejano.
Os elementos disponíveis permitem apontar para meados do final do século I a.C. o início da ocupação do espaço. No Alto Império Romano esta Villa foi estrutura económica importante espaço rural, estando ligada a Salácia (Alcacer do Sal) através do seu porto fluvial e dando apoio à via romana que se dirigia para Beja, passando pelo Torrão.
A presença humana manteve-se em Santa Catarina, durante o periodo Visigótico assim como no periodo islâmico, nos séculos IX/X. A Ordem de Santiago deu inico ao processo de emparcelamento do espaço rural logo após a conquista definitiva de Alcácer em 1217.A aldeia de santa Catarina surge na documentação do século XIII (1249) com o nome de Setimus, palavra latina que significa “sete”; é este topónimo que séculos mais tarde evolui para “Sítimos”, como é conhecido actualmente, associando-se séculos mais tarde a Santa Catarina, orago da aldeia, conforme testemunhado documentalmente desde o século XVI.
Fonte : www.portugalromano.com
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Estação Arqueológica do Freixo - Tongobriga
No ano de 1882, na borda de um poço em plena aldeia do Freixo, foi descoberto um bloco de granítico de formato paralelepipédico, onde se podia ler: [G]ENIO / [T]ONCOBR / [I]CENSIV[M] / [FL]AVIUS / V(otum). S(olvit).A(nimo).L(ibens).M(erito).
Após interpretações de diversos autores o nome Tongobriga foi então escolhido e identificado com o actual lugar de Freixo e as escavações tiveram inicio em Agosto de 1980, no lugar conhecido por capela dos mouros, designação dada pela população à pequena parte então visível das ruínas romanas.
A estrutura castrejo-romana criada em Tongobriga,cresceu quer no aspecto politico como no aspecto administrativo e económico, resultando daí a instalação de uma cidade. As escavações permitem dizer que no final do séc. I, início do séc. II, Tongobriga surge como civitas.
A estação arqueológica do Freixo é desde 1986 Monumento Nacional, e a sua área cobre aproximadamente 50 hectares.
A estação arqueologia é composta de:
Fórum
Termas
Área habitacional
Necrópole
Basílica paleocristã
Fórum
Em Tongobriga, o fórum salientava-se pelas suas dimensões (9.521m2), englobando os espaços comerciais e religiosos. A sua construção iniciou-se no alvor do séc.II d.C., no tempo do imperador Trajano.
Termas
No final do século I, o balneário conhecido como Pedra Formosa, que possuia a arquitectura própria dos existentes nos povoados castrejos, é desactivado. A seu lado, erguem-se as primeiras termas romanas, construídas de acordo com um projecto clássico, semelhante aos de Pompeia ou Conimbriga. Estas possuíam apodyterium e uma sucessão de salas que levavam as pessoas a passar por ambientes cada vez mais quentes: primeiro o frigidarium, com uma pequena piscina para banhos de água fria, depois o tepidarium, para adaptação ao ambiente quente e húmido do caldarium.
Área habitacional
Em Tongobriga, a área habitacional ate agora descoberta é ainda reduzida, embora seja vasta a identificada através de fotografia aérea e prospecção.
Escavou-se já um bairro, com as suas ruas e casas. Todas estas apresentam vários compartimentos de pequenas e médias dimensões.
Realce para o cuidado que foi posto pelos construtores nos sistemas de drenagem das águas pluviais, quer nas mais antigas do Séc. I, quer nas do Séc. II, estas já edificadas segundo um plano onde predomina a ortogonalidade.
Nesta cidade viveriam 2.500 a 3.000 habitantes.
Necropole
As sepulturas escavadas em Tongobriga mostram a predominância do rito de incineração: as cinzas eram depositadas numa urna, normalmente um simples pote cerâmico; juntavam-lhe algumas peças habitualmente usadas no dia-a-dia - pratos, jarras, adornos pessoais e algumas moedas.
Nesta necrópole, os romanos abriram valas no afloramento granítico, com cerca de 1,5 m de comprimento, 0,5 m de largura e 0,6 m de profundidade, onde depositavam as cinzas do corpo, as peças cerâmicas e moedas, após o que cobriam a sepultura com lajes de granito e terra.
Basílica paleocristã
No séc.V, Tongobriga está documentada como paróquia Sueva, após o que se perde no tempo. Hoje, é uma pequena aldeia, estrutura residual organizada em volta da Igreja Paroquial que poderá estar sobre a primitiva igreja cristã.
Escavações arqueológicas realizadas no adro e na igreja paroquial de Santa Maria de Freixo permitiram confirmar que a basílica paleocristã, correspondente à ocupação do sítio nos séculos V e VI, se localizava no espaço hoje ocupado pela igreja e respectivo adro. O edifício da primitiva basílica excedia, quer em largura, quer em comprimento, o espaço ocupado pelo templo actual, e possuía um belíssimo pavimento revestido a mosaico policromo, único no seu género e na sua cronologia.
O seu pavimento, que tinha por base o afloramento granítico previamente nivelado e regularizado, era revestido por um mosaico composto por tesselas de seis cores distintas (branco, cinzento, amarelo, laranja, vermelho e verde claro).
A riqueza do pavimento, bem como as consideráveis dimensões da basílica paleocristã, não se compadece com a ideia de declínio associado à generalidade das cidades romanas em tempos post-imperiais, e representa um considerável investimento económico, certamente associado a uma pujante vida cultural e religiosa dentro do espaço onde florescera, desde os finais do século I, a cidade romana.
Fonte: http://www.tongobriga.net/index.html
Subscrever:
Mensagens (Atom)