Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ruínas Romanas do Cerro da Vila







Localização
Portugal, Faro, Loulé, Quarteira

Acesso
Cerro da Vila, no complexo turístico de Vilamoura.

Descrição
Ruínas de uma Villa romana constituída pos dois núcleos residenciais, o princiapal junto ao porto, balneário, necrópole, barragem e salgas de peixe. Dos núcleos habitacionais e do balneário restam vários compartimentos, entre os quais o impluvium o atrium e o tablinum; existem frisos de mármore e fragmentos de estuque pintado que decoravam as paredes, bem como restos de pavimentos de mosaico polícromo. 2 tanques rectangulares serviam um estabelecimento de salga de peixe ( PAÇO e FARRAJOTA, 1966 ). Necrópole com restos de mausoléus.

Cronologia
Séc. 1 - construção da villa ininterruptamente ocupada durante os períodos visigótico e árabe; 1999 - incluido no Programa de Valorização e Divulgação Turística - Itinerários Arqueológicos do Alentejo e Algarve, do Ministério do Comércio e Turismo e da Secretaria de Estado da Cultura; 2000 - construção centro de acolhimento e interpretação sob projecto do Arq. Fernando Galhano.

Tipologia
Arquitectura civil, romana. Villa romana cujo espólio arqueológico documenta ocupação ininterrupta até ao Séc. 11. O conjunto abrange uma vasta área da qual se destacam dois núcleos residenciais, o principal junto do porto, o balneário, estruturas destinadas à salga do peixe, necrópole tardo-romana e barragem romana que servia a villa através de vasto sistema de canalizações do qual restam alguns troços.

sábado, 4 de setembro de 2010

Fragas de Panóias









Enquadramento
Urbano, periférico, plataforma em encosta de pendor suave, coberta de vegetação rasteira, sobranceira a uma linha de água afluente do Ribeira da Tanha. O santuário ocupa uma grande extensão de terreno, atravessando a aldeia do Assento.

Descrição
Santuário rupestre, conservando quatro rochedos nos quais estão cavados cavidades de formato rectangular, de diferentes tamanhos, e pias circulares, possuindo seis inscrições dedicadas a deuses indígenas, romanos e orientais. Quatro destas são consagradas por G. C. Calpurnius Rufinus, legatus iuridicus, sendo igualmente mencionados os Lapiteas, possivelmente os habitantes desta área, encontrando-se quatro destas inscrições num mesmo rochedo, situado na extremidade S. do santuário. São ainda visíveis em três rochedos os entalhes para o assentamento dos alicerces dos templos que se deverão ter erguido sobre estes, tipo de estruturas aliás referidas em duas inscrições, bem como orifícios circulares de possíveis gonzos de portas, possuindo o penedo da extremidade N. escadas para acesso à plataforma superior onde se encontram as estruturas. Este rochedo, com uma altura de c. de 3,5 m e em local que domina o conjunto da esplanada, tem a particularidade de apresentar uma disposição dos tanques que denuncia uma sobreposição de estruturas, num momento mais avançado da utilização do sítio.

Descrição Complementar
INSCRIÇÕES: Inscrições gravadas numa das rochas (segundo António Rodriguez Colmero); (1) leitura: DIIS CVM AEDE ET LACV M QVI VOTO MISCE TVR G. C. CALP. RVFI NVS V.C.; tradução: Aos Deuses, com o aedes e o tanque, a passagem subterrânea, que se junta por voto; (2) tradução: O esclarecido varão Caio Calpúrnio Rufino, filho de Caio, consagrou, junto com um lago e os mistérios, (um templo) ao mais alto Deus Serápis; (3) leitura: DIIS DEABVSQVE AE TERNVM LACVM OMNI BVSQVE NVMINIBVS ET LAPITEARVM CVM HOC TEMPLO SACRAVIT G. C. CALP. RVFINVS V. C. IN QVO HOSTIAE VOTO CREMANTUR; tradução: A todos os Deuses e Deusas, a todas as divindades, nomeadamente às do Lapiteas, dedicou este tanque eterno, com este templo, Gaius C. Calpurnius Rufinus, vão esclarecido, no qual se queimam vítimas por voto; (4) leitura: DIIS SEVERIS IRATIS HIC LOCATIS G. C. CALP. RVFINVS V. C.; tradução: Aos Deuses infernais irados que aqui moram, (dedicou) Gaius C. Calpurnius Rufinus, varão esclarecido.


Cronologia
Séc. 02 d.C., finais / 03 d.C., inícios - Provável construção, por ordem de Gaius C. Calpurnius Rufinus, membro da ordem senatorial e alto funcionário do governo provincial da região às ordens de Roma; séc. 18 - O Contador de Argote descreve as fragas de Panóias; segundo descrição o santuário era constituído por 11 rochedos; 1721 - relação da fregiesia de São Pedro de Vale de Nogueiras, feito pelo Reitor António Rodrigues de Aguiar, dando conta do património da freguesia, nomeadamente das fragas de Panóias; 1854 - o viajante inglês, W. Kinston menciona no relato da sua viagem as fragas; 1880 - Gabriel Pereira visita Panóias e examina as fragas, descrevendo-as e desenhando-as; séc. 19, finais - descoberta de uma inscrição funerária, actualmente depositada no Museu da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães; 1992, 1 Junho - o imóvel foi afecto ao IPPAR, pelo Decreto-lei 106F/92; 2002, Maio - abertura de concurso público pelo IPPAR para adjudicação da empreitada de remodelação de duas construções para instalações de apoio / centro interpretativo / recepção de visitantes no Santuário de Panóias, cujos trabalhos serão financiados por apios comunitários; 2004 - descoberta de duas inscrições aquando da demolição de dois casebres no perímetro do Santuário, numa fraga onde já existem algumas cavidades.