Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Citânia de Terroso



Situada numa zona de transição entre o campo e a cidade e como sempre num local elevado de forma a facilitar a vigilancia, como na maioria dos castros, predomina a casa de forma redonda, as casas quadradas podem resultar da presença de outros povos k posteriormente se juntaram aos povos castrejos e as muralhas que impediam o facil acesso as populações por parte de inimigos.


Descrição
O povoado fortificado mostra uma organização defensiva constituída por três linhas de muralhas. A plataforma central da Cividade era circundada por um forte sistema defensivo constituído por dois muros paralelos construídos com grandes blocos e pedras de tamanho médio sem argamassa, com as faces exteriores de aparelho regularizado e o intervalo entre ambos preenchido com saibro. As outras duas linhas defensivas são reconhecíveis por desníveis e afloramentos de muros. Na plataforma central, o ordenamento urbano mostra um arruamento lajeado axial, no sentido E - O pelo centro do povoado, parecendo cruzar-se com outro no sentido N - S, formando quatro grandes unidades. Cada um destes quadrantes está dividido em núcleos familiares constituídos por várias construções em torno de um pátio quase sempre lajeado.


Cronologia
500 a. C. / séc. 1 d. C., meados - Construção e ocupação da cividade; 1906 - o povoado foi escavado pela primeira vez por Rocha Peixoto; 1907 - os proprietários do terreno não deixaram que as escavações continuassem e obrigaram a que a terra fosse recolocada sobre as ruínas; 1980 - segunda campanha de escavações, sob a responsabilidade de Armando Coelho Ferreira da Silva da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP); 2003 - conclusão de obras de dinamização do espaço, com o apoio do Programa Operacional da Cultura.


Intervenção Realizada
1906 - Escavações arqueológicas; 1980 / 1982 - escavações arqueológicas; 2003 - Obras de requalificação do local, limpeza da vegetação infestante, construção do edifício de apoio, criação de acessos e colocação de sinalética; 2006 - trabalhos de limpeza e manutenção


Características Particulares
Na intervenção de 1906 / 1907 foram identificadas estruturas sepulcrais as quais constituem um documento muito raro no contexto dos povoados fortificados da Idade do Ferro do Norte de Portugal.



Bibliografia
SARMENTO, M., Disperos, Coimbra, 1933, p. 166; ALMEIDA, C. A. F., Póvoa de Varzim e o seu aro na Antiguidade, Boletim Cultural da Póvoa do Varzim, 11 (1), 1972, p. 5 - 34; SILVA, A. C. F., Campanha de trabalhos arqueológicos na Cividade de Terroso (Póvoa de Varzim), 1980, Boletim Cultural da Póvoa do Varzim, 20 (2), 1981, p. 305 - 315; idem, A cultura Castreja no Noroeste Português, Paços de Ferreira, 1986, p. 30 e 39 - 40, Est. XVII - XX e XL; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, vol. II, Distrito do Porto, p. 80; CARVALHO, Elisabete, Póvoa de Varzim investiga ocupação desde o bronze ao medieval in Diário do Minho, 10 Agosto 2006.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Convento de São Gonçalo de Amarante

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Convento de São Gonçalo de Amarante Integrado no complexo monástico dominicano dos séculos XVI/XVII, integra a Igreja de São Gonçalo, implantada no centro histórico de Amarante, junto à ponte sobre o Rio Tâmega, de arquitectura Renascentista/Maneirista, mandado erguer no reinado de D. João III (1540). A Igreja é em cruz latina, de transepto inscrito, com cruzeiro coberto por abóbada, e naves com capelas colaterais precedidas por galilé, tendo um claustro quadrado de dois pisos na ala norte.



O pórtico apresenta uma decoração rica, tipo retábulo, e é aberto na fachada lateral virada a sul. Quanto ao retábulo-mor, tem características barrocas, de estilo joanino. A torre, de três andares, é rematada por arcos balaustrados e por pirâmides de recorte oriental. A Varanda dos Reis, aberta ao nível do último andar do pórtico, é de cinco arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, junto das quais se inserem as estátuas dos quatro monarcas que patrocinaram a construção do edifício (D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I).
Na cornija, por cima da galeria, sobressaem seis pirâmides, assentes em pedestais, e no paramento à esquerda do pórtico abre-se o janelão setecentista que ilumina o transepto. No interior, as seis capelas têm arcos de volta perfeita, assentes em pilastras de grosseiros capitéis jónicos. O tecto da nave é de abóbada rebocada, e de caixotões nas capelas. Destas, merece particular destaque a de Santa Rita Cássia, com retábulo de talha dourada.



No transepto, destacam-se os altares de Santa Luzia, do Coração de Maria e do Santíssimo. Um assinalável arco triunfal ergue-se junto às estátuas de São Pedro e São Paulo, com ligação à capela-mor. O claustro, formado por dois pisos, é constituído por alas com cinco arcos plenos. A edificação do mosteiro dominicano foi lançada em 1543, tendo a obra ficado a cargo de frei Julião Romero. Quando Portugal perdeu a independência (1580), as obras, então sob a tutela de frei António dos Santos, decorriam em bom ritmo.
No ano seguinte, teve início a construção da nova igreja. Em 1585, os dominicanos solicitaram a Filipe I de Portugal que lhes desse autorização para fazerem uma colecta em prol das obras. Cinco anos mais tarde, o monarca escreve ao arcebispo de Braga a inteirar-se do andamento da construção e da verba gasta. No início do século XVII, João Lopes Amorim celebra contrato (1606) para construir uma escada no claustro e um chafariz. Conclui-se depois a edificação do segundo claustro.
Em 1641, Domingos de Freitas é contratado para a construção das abóbadas do transepto. No final do século XVII, conclui-se a torre sineira. Já em 1733, têm início obras na capela-mor, a cargo de mestre António Gomes, para que se incluísse uma nova tribuna no altar.



No século XIX, parte do conjunto monumental passa a servir de cenário às sessões camarárias (1838). Outras parcelas do mosteiro são utilizadas como mercado, prisão, quartel, escola e liceu. Em 1852, o edifício é cedido à Câmara Municipal de Amarante, que ali se instala definitivamente em 1867.