Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

São Pedro de Lourosa




A construção da igreja de Lourosa pertence à época de Ordonho rei da Galiza .
A igreja de Lourosa é a única de estilo moçárabe existente em Portugal. Todos os estudiosos que se têm ocupado do seu estudo atribuem o ano de 912 à sua construção, data mencionada em uma inscrição que nela se encontra.
Quando Alexandre III em 1179, com a Bula "Manifestis Probatum" reconhece D. Afonso Henriques como rei, e o seu Estado, Portugal, como reino já a Igreja de São Pedro de Lourosa tinha 257 anos.
Lourosa, a vila onde se ergue a velha igreja, fica ao sul do Mondego, na região onde vêem morrer as derradeiras ondulações dos contrafortes ocidentais da Serra da Estrela. Ali permaneceu, ignorada e tranquila, durante largos séculos. A fúria transformadora, que destruiu tantas outras igrejas dos séculos da reconquista, deixou que esta chegasse até nossos dias, acrescentada embora de adições posteriores, mas respeitada nas suas linhas fundamentais primitivas. Em escavações e estudos arqueológicos, encontraram-se vestígios da época romana e visigótica, que mostram que a igreja de Lourosa já era local de culto há mais de dois mil anos.



O campanário construído no século XII

Orientada ao poente, ostenta a fachada principal, sobre a porta, uma janelinha geminada com os seus arcos de ferradura - ajimez característico, único em Portugal. Um arco da mesma natureza, ainda vísivel, fechava o vão da porta principal, em parte entaipado, hoje, pela construção da porta actual, mais pequena. Descendo alguns degraus, pois o nível do pavimento é sensivelmente mais baixo que o do terreno exterior, penetra-se no templo. O interior da igreja de Lourosa está dividido em três naves que apresentam uma particularidade notável quanto à sua extensão, pois a nave central é muito mais comprida que as naves laterais. Arcadas formadas de três arcos de ferradura separam, a cada lado, a nave central das naves laterais. Uma pedra existente na porta principal da Igreja de Lourosa indica o ano de construção da Igreja. Era de César de DCCCCL ( 950 ) que corresponde ao 912 do calendário cristão.


A ajimez visível no topo da nave central - frestas geminadas com pequenos arcos em ferradura

Na sacristia os arcos apoiam-se pelos extremos, em impostas, e, na parte central em ábacos lisos, quadrangulares, assentes sobre colunas de tipo dórico que se supõe provenientes de edifício levantado durante o domínio romano. O arco de ferradura, nota dominante e característica do monumento encontra-se ainda nas portas de comunicação da sacristia com a nave central e com a lateral do lado do Evangelho, portas que se encontram em paredes formando ângulo recto, e ainda em outras duas, simétricas, do lado da Epístola. O alto valor deste monumento foi reconhecido só na era moderna. Até 1911 as referências eram que a igreja "foy fábrica de mouros". Só em 1911 começou a ser estudado por pessoas competentes. Ocuparam-se da Igreja de Lourosa três eminentes historiadores da arte portuguesa: cronologicamente, Virgílio Correia, Joaquim de Vasconcelos e D. José Pessanha. Todos estão de acordo quanto ao inestimável valor deste monumento, pois ele veio preencher uma lacuna na evolução artística da terra portuguesa - a lacuna que separa as igrejas visigóticas das primeiras igrejas românicas.



Arcos ultrapassados sobre colunas cilíndricas


Cronologia :

912 - Data numa inscrição sobre a porta correspondendo eventualmente às primeiras obras;

1119 -Doada por D. Teresa à Sé de Coimbra;

1132 - Coutada por D. Afonso Henriques;

1188 - Reforma de toda a parte alta da nave, logo a seguir à zona dos arcos englobando os do cruzeiro;

Séc. XIV - Obras com vestígios nas fortes colunas monocilíndricas da nave;

Séc. XV e XVI - Novas obras em capelas na zona da cabeceira;

Séc. XVIII - Colocação do púlpito no arco médio do lado Norte, elevação do arco da capela-mor e renovação dos suportes do coro-alto.


Tipologia :

Arquitectura religiosa pré-românica. Raro exemplar de igreja pré-românica ( Moçárabe ) em Portugal, apresenta estrutura típica de uma construção de 3 naves e cabeceira desenvolvida. Edifício muito reconstruído ao longo do tempo apresenta, mesmo assim características da heterogeneidade de influências culturais, artísticas e civilizacionais da época da primeira Reconquista

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sé de Silves





A Sé de Silves, um dos mais carismáticos monumentos nacionais do Algarve, cuja cobertura esteve em risco de ruir, o que levou ao seu encerramento para restauro.
A classificação de Monumento Nacional desde 1922, não impediu a degradação do edifício gótico, que esteve encerrado durante oito meses de obras de conservação e restauro.
A primeira fase da recuperação contemplou arranjos no interior e a substituição das coberturas das três naves da antiga Sé, que já foi sede do Episcopado do Algarve.
A segunda fase das obras incidiu sobre o restauro dos altares laterais, a recuperação do pavimento, a que se juntou a substituição da instalação eléctrica, e deverá estar concluída em 2015. Esta etapa de requalificação do monumento será realizada ao abrigo do projecto da “Rota das Catedrais”.
Antiga sede do Bispado do Algarve, a Sé Velha, actual Igreja Matriz de Silves, foi edificada com o belo grés vermelho da região, possivelmente no local da antiga mesquita.
O início da sua construção data da segunda metade do séc. XIII ou início do séc. XIV. Os trabalhos prosseguiram até meados do séc. XV, após desabamento parcial, tendo sido alvo de alterações arquitectónicas no séc. XVIII.
A fachada principal é dominada pelo portal gótico com um espaldar que culmina num varandim suportado por cachorros com carrancas a que acresce o óculo e os dois botaréus como elementos da construção primitiva, já que toda a restante fachada e torres são barrocas.
Ainda no exterior são de referir a grande janela ogival, com quatro colunelos, junto à escadaria, e o formoso conjunto da cabeceira da igreja.
O interior apresenta três naves, com colunas singelas e arcos ogivais e o transepto e a ábside são belos exemplos de arte gótica e a capela-mor é flanqueada por absidiais com abóbada nervurada. No altar-mor, uma imagem de jaspe de Nossa Senhora com o Menino que se supõe ser do séc. XV ou XVI.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica




Edifício construído inicialmente para ser o Matadouro Municipal de Silves em 1914, a presente Casa da Cultura Islâmica realça o esplendor da Silves muçulmana.
Está situada no extremo poente da cidade de Silves no Largo da Republica e foi reaberto em 2007.
Na sua recuperação foram preservadas a estrutura e os materiais originais do edifício, a sua cobertura com três corpos foi feita em madeira e telha de Marselha e utilizaram-se técnicas ancestrais de construção em terra, como os adobes de terra prensada e estabilizada, assim como os rebocos em tadlakt(1).


(1)Tadlakt é um estuque à base de cal apagada de Marraquexe, polido à mão utilizando uma pedra redonda, funciona como acabamento impermeável e pode ser usado no interior dos edifícios e na parte externa.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Feira Medieval de Paderne




Entre os dias 30 de Dezembro e 2 de Janeiro, a freguesia de Paderne voltou a receber o evento Paderne Medieval
A Aldeia histórica de Paderne reviveu os tempos da idade média com desfiles, torneios, exibições, mercado medieval, actuações musicais e muitos outros momentos históricos .




domingo, 2 de janeiro de 2011

Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa


Designação
Igreja de Paço de Sousa / Igreja do Salvador

A construção do Mosteiro de Paço de Sousa, teve início, de acordo com os registos da época citados do Boletim nº 17 da Direcção Geral dos Monumentos Nacionais de Setembro de 1939, no ano 998, e foi utilizado pela ordem dos Beneditinos. Da construção original não há qualquer registo e em 1088 a igreja foi substituída por um templo maior, consagrado em 29 de Setembro pelo arcebispo de Braga D. Pedro.

Localização
Portugal, Porto, Penafiel, Paço de Sousa



Cronologia
956 - Fundação da igreja por D. Trutesendo Galindes, filho de Galindus Gonzalvis, tal como constava da inscrição pintada no tímpano, removida aquando dos restauros da DGEMN

994 - documento mencionando a fundação e o respectivo fundador do mosteiro

séc. 12 - reconstrução e ampliação da igreja

1146 - data da morte de Egas Moniz

séc. 13 - reconstrução e ampliação da igreja

1605 - demolição da Capela do Corporal

séc. 17 - construção do claustro e fonte

1690 - data do cruzeiro

séc. 18 - ampliação do edifício conventual

1706 - contrato com o ourives Manuel do Couto e Sousa para a execução de uma cruz de prata, igual à do Mosteiro dos Religiosos de São João

1741 - remodelação da capela-mor

1784 - reconstrução da capela-mor

1927 - violento incêndio danifica sobretudo o mosteiro

1944 - é transferido para a igreja um altar proveniente da Igreja de Arnoso.


Materiais
Estrutura em granito, cobertura de madeira telhada; cobertura dos absidíolos em abóbada de pedra; pavimento em lajes graníticas; portas e altares de madeira; cenotáfio de granito; madeira no tecto da sacristia e da Sala do Capítulo, janelas e portas; gradeamentos em ferro; placas de cimento; talha nos retábulos; pinturas murais.




Uma das principais figuras da região, Egas Moniz, descendente de uma das primeiras e mais influentes famílias da Nobreza da primeira monarquia portuguesa, os Ribadouro, está sepultado no Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa. No seu túmulo é possível admirar as gravações escultóricas da sua viagem a Toledo, na qual ofereceu a sua vida e a da sua família pela falta de cumprimento de palavra do rei D. Afonso Henriques.




Nesta representação do túmulo podemos observar duas senhoras em saudação, e outras duas junto ao corpo físico do aio de D. Afonso Henriques, enquanto a alma do defundo sai pela boca amparada por dois anjos.Repare-se que estes seguram um círculo por onde a alma entra.