Um avivar das raizes

Um avivar das raizes

domingo, 27 de março de 2011

Villa Romana de Torre de Palma





Trata-se de uma vasta villa rústica onde uma abastada família Romana, os Basilii, cujo nome é conhecido através de uma inscrição encontrada no local, construíram uma sumptuosa residência, aí se fixando de modo permanente talvez desde o Séc. II até ao Séc. IV da nossa era rodeando-se dos seus servos e amigos, recebendo numerosos convivas e viajantes, e explorando um vasto latifúndio, que incluía lagares, celeiros e outras dependências agrícolas. A villa desenvolve-se sobre uma suave colina, junto de um pequeno riacho, em torno de um vasto pátio interior, de forma trapezoidal. As amplas e sumptuosas instalações da villa romana, ou residência dos proprietários, dispunham-se por sua vez em torno de um peristylium, pátio quadrangular com um alpendre assente em colunas que tinha um tanque ao meio, o impluvium, e era pavimentado com mosaicos diversos. A entrada principal fazia-se através do tablinum ou sala de recepção, onde se encontrava o célebre mosaico das Musas, realizados por uma oficina itinerante africana, daí se passando para o pátio.Os Basilii eram decerto pessoas de mesa requintada, servindo-se de baixelas de prata ou de louça importada da Gália (França), e iluminavam as salas com belas lucernas de cerâmica fina ou de ou de bronze, rodeando-se de todas as comodidades da gente abastada dessa época, proporcionadas pela exploração das vastas terras de que dispunham por meio de numerosos escravos. Possuíam também umas termas de certa magnificência situadas um pouco a Oeste da villa, formando um edifício independente. De uma primeira sala, onde as pessoas se despiam e praticavam exercícios físicos, passava-se sucessivamente para as salas destinadas a banhos frios, tépidos e quentes (frigiderium, tepidarium e caldarium) respectivamente. Quanto aos servos dispunham de termas mais modestas, junto da sua área residencial, situada na ala Este da villa.






A axedra, sala destinada à prática musical e ao convívio, abria também para este pátio, e o seu pavimento era constituído pelo mosaico dos cavalos. A sala dos banquetes ou triclinium, patenteava claramente o apreço dos donos pela natureza, nas flores e frutos dourados dos frescos que revestiam as paredes e no próprio pavimento , constituído pelo lindíssimo mosaico das flores.






A Norte da villa encontraram-se as ruínas da Basílica Paleo-Cristã, provavelmente datada do séc. IV, com três naves de sete tramas, e ábsides contrapostas, a qual tinha um batisfério em forma de cruz, de Lorena, com dois lanços opostos de quatro degraus, considerado como sendo um dos mais complexos da Península Ibérica, só paralelos na Palestina e no Norte de África.








Designação Ruínas de Torre de Palma (Monforte)

Localização – Concelho / Distrito Monforte / Portalegre

39° 3’45.52″N 7°29’20.39″W

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