Um avivar das raizes

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Convento de São Gonçalo de Amarante

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Convento de São Gonçalo de Amarante Integrado no complexo monástico dominicano dos séculos XVI/XVII, integra a Igreja de São Gonçalo, implantada no centro histórico de Amarante, junto à ponte sobre o Rio Tâmega, de arquitectura Renascentista/Maneirista, mandado erguer no reinado de D. João III (1540). A Igreja é em cruz latina, de transepto inscrito, com cruzeiro coberto por abóbada, e naves com capelas colaterais precedidas por galilé, tendo um claustro quadrado de dois pisos na ala norte.



O pórtico apresenta uma decoração rica, tipo retábulo, e é aberto na fachada lateral virada a sul. Quanto ao retábulo-mor, tem características barrocas, de estilo joanino. A torre, de três andares, é rematada por arcos balaustrados e por pirâmides de recorte oriental. A Varanda dos Reis, aberta ao nível do último andar do pórtico, é de cinco arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, junto das quais se inserem as estátuas dos quatro monarcas que patrocinaram a construção do edifício (D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e Filipe I).
Na cornija, por cima da galeria, sobressaem seis pirâmides, assentes em pedestais, e no paramento à esquerda do pórtico abre-se o janelão setecentista que ilumina o transepto. No interior, as seis capelas têm arcos de volta perfeita, assentes em pilastras de grosseiros capitéis jónicos. O tecto da nave é de abóbada rebocada, e de caixotões nas capelas. Destas, merece particular destaque a de Santa Rita Cássia, com retábulo de talha dourada.



No transepto, destacam-se os altares de Santa Luzia, do Coração de Maria e do Santíssimo. Um assinalável arco triunfal ergue-se junto às estátuas de São Pedro e São Paulo, com ligação à capela-mor. O claustro, formado por dois pisos, é constituído por alas com cinco arcos plenos. A edificação do mosteiro dominicano foi lançada em 1543, tendo a obra ficado a cargo de frei Julião Romero. Quando Portugal perdeu a independência (1580), as obras, então sob a tutela de frei António dos Santos, decorriam em bom ritmo.
No ano seguinte, teve início a construção da nova igreja. Em 1585, os dominicanos solicitaram a Filipe I de Portugal que lhes desse autorização para fazerem uma colecta em prol das obras. Cinco anos mais tarde, o monarca escreve ao arcebispo de Braga a inteirar-se do andamento da construção e da verba gasta. No início do século XVII, João Lopes Amorim celebra contrato (1606) para construir uma escada no claustro e um chafariz. Conclui-se depois a edificação do segundo claustro.
Em 1641, Domingos de Freitas é contratado para a construção das abóbadas do transepto. No final do século XVII, conclui-se a torre sineira. Já em 1733, têm início obras na capela-mor, a cargo de mestre António Gomes, para que se incluísse uma nova tribuna no altar.



No século XIX, parte do conjunto monumental passa a servir de cenário às sessões camarárias (1838). Outras parcelas do mosteiro são utilizadas como mercado, prisão, quartel, escola e liceu. Em 1852, o edifício é cedido à Câmara Municipal de Amarante, que ali se instala definitivamente em 1867.

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